Andretti Ayala – Para o cientista político Andretti Ayala de Souza Lemos, o tratamento que o Legislativo deu ao caso só serve para comprovar que a Câmara de Marabá não é diferente dos demais parlamentos no resto do mundo, onde sempre que a discussão envolve questões domésticas a tendência é que impere o corporativismo. “O Legislativo, por natureza, é um poder corporativo. O parlamentar, no momento de julgar o colega, fica com um pé atrás, analisando que hoje é ele amanhã, de repente, pode ser eu”, comentou Ayala. “Os vereadores analisaram o caso e, mesmo sabendo que houve quebra de decoro, imputaram à colega uma pena leve. Se fosse, porventura, outro servidor qualquer do Legislativo, pode ter certeza que ele já estaria na rua”, acrescentou.
Perguntamos ao cientista se, no seu entendimento, o sentimento político cegou o bom juízo, ao que ele respondeu, retrucando: “Sentimento político, não. Isso não é política. É politicagem”.
No entendimento de Andretti Ayala, a própria Elka deveria ter aproveitado o momento para comprovar sua postura ética, renunciando, ela mesma, o mandato. “Se eu fosse ela, teria feito isso. Felizmente, quem julga mesmo, ao final, é o povo. No voto. Não importa se quem erra é absolvido aqui. Como professor, eu sempre digo isto ao meus alunos: a maior punição é o povo quem pode dar”, finalizou.
Maria do Livramento Sá Almeida – Quem também foi ouvida pelo jornal foi a presidente da Associação de Moradores do Bairro Liberdade, Maria do Livramento Sá Almeida, a Lia. Ela é da opinião de que não faz sentido mais esticar o assunto, uma vez que ele já foi resolvido na Câmara. “Eles [os vereadores] já decidiram. A gente não tem mais o que fazer”, argumentou.
Edivaldo Ferreira Rufino – Na opinião do empresário Edivaldo Ferreira Rufino, os vereadores de Marabá perderam uma grande oportunidade de moralizar a Casa. “Infelizmente, tudo acabou em pizza”, lamentou, observando que, por tudo que houve, a punição à vereadora deveria ser mais rigorosa.
Adelmo Azevedo – O ex-vereador Adelmo Azevedo, presidente do Sindecomar (Sindicato dos Empregados no Comércio no Município de Marabá), foi enfático ao abordar o assunto: “No meu ponto de vista, a Câmara errou por não ter afastado a vereadora Elka em definitivo. Eu, que passei por aquela Casa por 4 anos, posso falar, porque sei como funciona aquele Poder. No meu entendimento, a Câmara foi omissa e, por isso, errou”, asseverou Adelmo.
Flávio Correa – Falando como profundo conhecedor de todo o processo que envolveu a vereadora Ismaelka Queiroz, o profissional de Marketing e ex-secretário municipal de Assistência Social, Flávio Correa, destacou que é preciso ter cuidado ao se comentar a punição dada pelo Legislativo.
Segundo ele, uma coisa é a expectativa da sociedade, provocada com o que foi amplamente alardeado pela Imprensa, outra coisa, é o que prevê o Regimento Interno da Câmara para tal situação. “Penso que o processo tem que ser analisado como um todo. Olhando pela visão de alguém que não tem conhecimento, a pena aplicada à vereadora foi mais do que branda. Aliás, ela praticamente não existiu. Isso pelo olhar do leigo. Agora, olhando pela visão que se tem do Regimento Interno, a realidade é outra. A minha opinião como cidadão, como munícipe, é que deve ser avaliado todo o processo”, observa Flávio, para quem, todos que têm conhecimento do Regimento da Câmara Municipal de Marabá já sabiam que a punição não passaria da simples suspensão, ou perda temporária do mandato, na linguagem mais técnica.
“Obviamente, a punição dada não está condizente com a gravidade do que aconteceu, mas, do ponto de vista legal, está correta”, asseverou.
Ademar Rafael Ferreira – Ex-secretário municipal de Saúde, atualmente respondendo pela coordenação, em Marabá, do Conselho Regional de Administração, Ademar Rafael Ferreira também foi ouvido pelo blog. Instado a dar sua avaliação sobre a decisão da Câmara sobre o caso Elka, Ademar foi bastante cauteloso. Evitando resposta objetiva, ele ressaltou que é muito complicado julgar de forma acertada quando não se tem pleno conhecimento do processo. “Fica difícil eu emitir um juízo de valor. Eu não conheço o processo. O certo é que numa situação dessa, o julgamento precisa de muita isenção. Mas a gente sabe que nem sempre tem. Sempre vai existir espírito de corpo. Eu não vi o processo, por isso não teria capacidade de dizer o que é certo”, afirmou Ademar, com a experiência de quem já acompanhou muitos processos disciplinares no período em que foi gerente de banco.
“No caso do vereador, dizer se ele utilizou ou não de forma indevida o veículo de seu gabinete é complicado porque não tem como você separar o público do privado, ou seja, quando é que ele está atuando como agente público e quando é que não”, ponderou. “Também é preciso observar bem quem é que está por trás das denúncias, a quem elas interessam. Tudo envolve jogo de interesse. Lembro-me que Antônio Carlos Magalhães [ex-governador da Bahia] costumava dizer que aos amigos, a lei, aos inimigos, os rigores da lei”.
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