Foto: Tuerê



NOTAS SOBRE:


"A maior necessidade do mundo é a de homens; homens que não se comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus" - Ellen G. White.



sexta-feira, 24 de setembro de 2010

SEM-TETO, MAS COM CARRO

Nem todos os que estão ocupando a chamada Invasão da Infraero, em Marabá, são zés ou marias-ninguém. A julgar pelos carros que circulam pelo local ou são vistos estacionados ao lado dos piquetes, muitos não estão de todo na base da escala econômica.
No momento em que o poster esteve no local, uma picape do tipo L-200 deixou dois rapazes num ponto da ocupação com fita métrica na mão e depois saiu. Procurados pela reportagem, eles não quiseram dar muita informação, se limitaram apenas a dizer que estavam medindo o espaço para cercar e que a área seria de um pessoal da polícia.
O comentário de alguns sem-teto é de que muitos dos que entraram na área seriam especuladores e teriam invadido o terreno para negociar depois os lotes. Alguns seriam inclusive comerciantes com residência ali perto. Um deles, segundo os boatos, teria ocupado sozinho 25 lotes.
De fato, foi possível observar áreas enormes cercadas com arame farpado, que seriam de um único dono. Num desses terrenos, a reportagem conversou com um homem que não quis se identificar e ele informou que a área seria de 11 famílias, todas devidamente cadastradas na AFTRM, as quais se juntaram e cercaram para evitar a invasão de terceiros.
A chamada Invasão da Infraero é uma área com mais de 20 hectares pertencente à União que sempre foi cobiçada para abrigar projetos habitacionais. Até o prefeito Maurino já havia tentado, sem sucesso, a obtenção do imóvel para acomodar as famílias remanejadas da antiga Vila Socó, comunidade que existia nas proximidades da ponte do rio Itacaiunas e teve que sair por conta do projeto de duplicação da Rodovia Transamazônica.
Mais recentemente, parte do terreno foi cedida à AFTRM que chegou a colocar maquinário para limpar o local e abrir ruas.
Na carteirinha dos associados, consta o nome do conjunto habitacional que será implantado na área que agora encontra-se ocupada. O nome do empreendimento seria Newton Miranda Sobrinho, uma homenagem ao antigo titular da Superintendência de Patrimônio da União, pessoa que teria viabilizado a cessão do imóvel à AFTRM. Newton Miranda morreu no início deste ano, vítima de infarto.

Um comentário:

Pereira disse...

Alguém tem que tomar uma atitude sobre essas invasão de terras alheia sem precedência, virou um negocio muito lucrativo isso.

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