Como não poderia deixar de ser, a polêmica terceirização da coleta do lixo, em Marabá, foi o tema principal dos pronunciamentos na Câmara de Vereadores, na sessão da última terça-feira (26). A grande maioria dos parlamentares teceu comentários ao assunto e, praticamente todos, assumiram posicionamento crítico em relação à iniciativa.
A vereadora Vanda Américo (PV), que no último dia 8 ingressou com representação no Ministério Público, requerendo o cancelamento do contrato de terceirização, voltou a conclamar o Legislativo a adotar uma postura mais enérgica em relação ao assunto. Vanda lembrou que a sociedade está atenta e espera mais do parlamento. Alertando que a Casa de Leis pode ficar desmoralizada, ela declarou: “Não podemos mais deixar o município nesta lata de lixo”.
A vereadora Antônia Albuquerque, a Toinha (PT), corroborou as palavras de Vanda, de que a Câmara precisa adotar um posicionamento mais incisivo na questão, e criticou o prefeito Maurino por tratar com indiferença o Poder Legislativo. “O prefeito tem um discurso popular, mas sua postura é ditatorial”, disparou a petista.
Edivaldo Santos (PPS), que também protocolou representação no Ministério Público contra as irregularidades na terceirização, também foi pródigo nas críticas ao governo.
Até a vereadora Irismar Sampaio (PR), fiel integrante da base aliada, demonstrou seu descontentamento, advertindo a administração municipal do risco, caso não seja enérgica nas providências. Enquanto a gestão não agir com pulso, observou a parlamentar, a coisa vai continuar do jeito que está. Irismar propôs que seja dado tempo para que seja possível avaliar o serviço e conclamou todos a que fiscalizem.
O presidente da Câmara, Nagib Mutran (PMDB), salientou que o problema é meramente administrativo, agravado por ineficiência de gestão. Para justificar suas palavras, o parlamentar lembrou que nos seis dias em que assumiu a prefeitura, por conta do afastamento de Maurino em janeiro deste ano, ele conseguiu, através de um mutirão, limpar completamente o complexo Cidade Nova e mais seis folhas da Nova Marabá.
Pelo teor dos discursos feitos durante a sessão, ficou claro que a insatisfação dos vereadores não era meramente pela terceirização, em si, mas, sobretudo, pelos efeitos negativos dela. Depois que a prefeitura tomou a iniciativa de transferir a limpeza urbana para a iniciativa privada, o lixo passou a acumular-se pelos quatro cantos da cidade, além de ter colocado no olho da rua centenas de garis.
À demissão desses contratados o vereador Antônio Hilário Ribeiro, o Antônio da Ótica (PR), que também é da base aliada, fez ferrenho protesto, criticando a medida que, segundo ele, deixou desassistidas mais de 600 famílias. Segundo o parlamentar, antes da terceirização havia 817 garis trabalhando, dos quais, a empresa só contratou 200.
O vereador Ronaldo Batista Chaves, o Ronaldo Yara (PTB), também manifestou seu descontentamento. E deixou no ar uma denúncia grave envolvendo a coleta do lixo, em Marabá. Segundo ele, chegou ao seu conhecimento a informação de que um dos caminhões contratados pela prefeitura para o serviço recebeu em apenas um mês o valor correspondente a 48 diárias. O caso ficou de ser apurado.
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