Foto: Tuerê



NOTAS SOBRE:


"A maior necessidade do mundo é a de homens; homens que não se comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus" - Ellen G. White.



quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

SALAME DÁ LAMBADA NO POSICIONAMENTO DE ALGUNS PSOLISTAS

Uma das coisas que admiro no jornalista João Salame, é a capacidade que ele tem de responder a provocações com categoria, sem descer o nível nem perder a compostura, usando as palavras certas, no vocabulário e na medida mais adequados.
Foi assim, ao responder a nota divulgada pela executiva municipal do Psol, dando conta de que o partido fará oposição ao seu governo.
Vale lembrar, que o tal documento não representa o posicionamento de todos os integrantes da legenda em Marabá e é, no mínimo, contraditório, quando propõe o enfrentamento a uma personalidade política que manifestou recentemente, e de forma pública, apoio à candidatura de Edimilson Rodrigues, um dos mais expoentes nomes do Psol em todo o Estado.

Abaixo, a nota psolista, extraída do blog do Ribamar Ribeiro Jr., e a resposta de Salame, colhida no Terra do Nunca de Chagas Filho:

Carta do PSOL à sociedade marabaense.

1- A vitória de João Salame (PPS) pela coligação composta pelo PT, PMDB, PDT, PHS, PV, não representa a mudança de verdade tão propalada no período eleitoral. Consideramos o mero continuísmo arragaido pela forte participação de representantes das velhas oligarquias, de partidos mensaleiros e de lideranças que se omitiram nos últimos quatro anos no desastroso governo Maurino Magalhães (PR).
2- Portanto, o PSOL mesmo sem representação na Câmara Municipal de Marabá, será um partido vigilante, de oposição ao Governo do PPS/PT e PMDB, por considerarmos que o Governo de João Salame representará de fato o continuísmo das práticas autoritárias com base na sua composição que está sendo realizada numa coalizão que atende os interesses dos políticos que se perpetuam no poder em Marabá.
3- O PSOL defende a ruptura do contrato da empresa Leão Ambiental e a prefeitura no valor anual de R$ 21.851.580,00 milhões com uma média de pagamentos por mês de R$ 1.820.965,00.
4- Defendemos ainda as famílias que trabalham na produção de cerâmicas na folha 33 ameaçadas de despejo pelo empresário Zucatelli atual presidente do DEM;
5- Por isso, o PSOL expressa sua posição em relação ao governo de João Salame, Consideramos decisiva a construção de uma frente de ação, política e social, que busque articular para a luta os movimentos e as forças sociais do campo e da cidade por uma cidade sustentável.

Diretório Municipal do PSOL

Marabá, 1 de Dezembro de 2012


Salame diz que provará que o PSOL está errado
Em resposta João Salame diz que respeita a posição do PSOL, pois o Brasil é um País democrático e o PSOL é uma legenda organizada à sombra da lei. “Como tal, tem todo direito de manifestar a sua posição”, ratifica João Salame.
Todavia, o prefeito eleito considera uma “pena” o fato de o PSOL não ter paciência com ele, que nem assumiu a prefeitura ainda, e, mesmo assim, já assumiu uma postura de enfrentamento.
Mas Salame observa que o resultado o PSOL na última eleição majoritária em Marabá, ficando em último lugar, perdendo até mesmo para César do Comércio, um candidato que se lançou na última hora e que estava numa legenda de menor expressão, “demonstra que a sociedade vê com reticência esse radicalismo exacerbado”.“Cabe a mim, como prefeito eleito, mostrar que o PSOL está errado e fazer um trabalho que contemple os interesses da ampla maioria da população de Marabá, que é o que eu vou fazer”, garante Salame.

3 comentários:

www.ribamarribeirojunior.blogspot.com disse...

Prezado Laécio,

Tenho um grande respeito por você e pelo seu trabalho, porém é necessário que algumas coisas fique clara com relação a nota do PSOL.

1- Foi aprovada por UNANIMIDADE em Plenária do partido onde tinha representantes de todas as correntes do partido;
2- Não há incoérência o posicionamento que o partido continuará tomando, a partir de 1º de janeiro com o Governo do Salame, o programa do PSOL não coaduna com o programa de coalizão do João (PT, PPS E PMDB);
3- Que o apoio dado por João ao Edmilson, foi questionado pela base do PSOL e de forma alguma não foi bem aceito pela militância do PSOL que não aceita apoios de liderança ligadas a o atual modelo de desenvolviento da Amazônia.

Portanto, o PSOL continuará firme, se posicionando e se apresentando à sociedade como uma alternativa.

www.ribamarribeirojunior.blogspot.com disse...

ossa nota é serena e objetiva, apresentamos características ao programa de governo, identificando ligações com antigas oligarquias e a manutenção da concepção desenvolvimentista do governo baseado na pratica de isenção fiscal, incentivo à grande empresa flexibilizando leis trabalhistas e ambientais, gerando subempregos, cedendo aos interesses das grandes empresas e do grande capital, tal qual a proposta de desenvolvimento da década de 70 que tantas mazelas trouxe à região. Colocando-nos em eterno estado de subdesenvolvimento, ou um eterno em desenvolvimento.
Francisco Macedo
Membro do Diretório Estadual do PSOL

www.ribamarribeirojunior.blogspot.com disse...

squecendo que o estágio desenvolvimento técnico, cientifico, econômico e social do Brasil ou da Amazônia não é necessariamente contraditório com o sistema capitalista, ele precisa das áreas periféricas, dos fornecedores de commodities, e nosso papel, ou como gostam alguns, “nossa vocação”, na ordem capitalista é esse.

Então nossa oposição é programática, não é contra o indivíduo João Salame, mas contra um programa, um sistema que ele representa, se ele for eficiente ou ineficiente no governo dele o sistema continuará forte. Familias sendo despejadas de seus locais de trabalho, privatização de espaços públicos, elevação dos índices de criminalidade, entre outros males.

Todo partido tem um estatuto e um programa, o primeiro rege a organização do partido, o segundo orienta suas ações, é a identidade do partido. O militante é coerentemente quando suas ações políticas são orientadas pelo programa e respeita as regras definidas no estatuto.

Alguns partidos ou alguns filiados a partidos, orientados por uma perspectiva eleitoreira, desrespeitam o estatuto e programa tomando decisões ou ações incoerentes com esses documentos. É importante destacar que um partido não é uma unidade autônoma municipal ou regional, está filiada, a uma concepção de sociedade que da unidade ao partido. Portanto, nossa posição é coerente com nosso programa e a carta foi aprovada considerando as diretrizes estatutárias.

Somos filiados ás teses marxistas, um importante estudioso do capitalismo e seus componentes. Estudos que possibilita compreender esse sistema, que inclusive está em crise em virtude de uma financeirização do capital repercutindo nos países centrais, inclusive repercutindo em nossos consumidores de commodities implicando no nosso sonhado desenvolvimento a partir da venda de minério de ferro. Para sair da crise os capitalistas não fazem milagres, arrocham salários, tiram direitos trabalhistas, exigem diminuição de impostos, etc.

Antes de falar de quantidade de votos é importante compreender que os cargos de prefeito ou de vereador não representam o poder, é parte do poder. São instâncias importantes, mas é parte, há outras instâncias a serem mobilizadas, e o poder de pressão não é exclusivo do legislativo, nem mesmo de instâncias institucionalizadas. Quanto ao resultado eleitoral isso não nos abala, temos maturidade para compreendermos o atual momento histórico, continuaremos firmes em nossos princípios, nossas diretrizes programáticas. O líder da revolução chinesa dizia que a paciência é uma virtude revolucionária. Não a paciência cômoda, de simplesmente esperar, mas aquela que te orienta a tomar os passos certos a cada momento, de construir sólidas bases de um projeto. Por outro lado, Marx dizia sobre a perspectiva de uma identidade de classe dos trabalhadores e de uma revolução social, que deveria haver as condições objetivas e subjetivas. As objetivas corresponde as dificuldades concretas, seja falta de trabalho, baixo salário, falta de moradia, atendimento precário à saúde, violência, etc. As condições subjetivas corresponde ao sentimento de identidade de classe, de perceber que os trabalhadores do setor siderúrgicos demitidos em Marabá é fruto do mesmo sistema que demite trabalhadores na Grécia, Espanha, Portugal ou que privatizou o ensino no Chile, este sentimento de unidade, implicaria na identidade de classe, atendendo o chamado de Marx no Manifesto do Partido Comunista, Trabalhadores do mundo, Uní-vos.

Então as eleições correspondem a um meio, não um fim em si mesma. Seguiremos firmes como lutadores sociais por uma sociedade justa, fraterna, harmônica e feliz. É nossa oposição é programática, entramos em cena vigilantes e coerente.
Francisco Macedo PSOL DIRETÓRIO ESTADUAL