Foto: Tuerê



NOTAS SOBRE:


"A maior necessidade do mundo é a de homens; homens que não se comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus" - Ellen G. White.



sexta-feira, 3 de outubro de 2008

MAURINO, OS NÚMEROS E A ARTE DE ENGALOBAR

Você sabe quando é que dois mais dois são cinco? Ora, bolas! É quando a conta está errada.
Todo mundo que conhece essa pegadinha, sabe que esta é a resposta que se dá para ela. Mas certamente o bom observador político diria sem titubear: é quando o Maurino faz a conta.
De fato, esses dias de campanha eleitoral serviram, entre outras coisas, para revelar que o candidato do PR tem uma séria dificuldade para lidar com os números.
Num único momento, durante o debate que houve no auditório da Universidade Federal do Pará, ele se atrapalhou com a matemática pelo menos três vezes.
Fazendo um prognóstico sobre o crescimento da população de Marabá até o final do mandato do próximo prefeito ele disse: “Nós vamos ter dentro de 4 anos mais de 6 [seis] mil habitantes”. É bom lembrar que, de acordo com o censo mais recente, a cidade já tem quase 200 mil habitantes.
Ao fazer o prognóstico, Maurino se baseou em informações, conforme ele mesmo disse na ocasião, de um crescimento à taxa de 20 a 30% ao ano. Suponhamos que ao falar 6 mil a intenção do vereador era dizer, na verdade, 600 mil. Fizemos a conta. Usamos a taxa maior, isto é, os 30%, e consideramos para o cálculo dados oficiais publicados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ou seja, uma população de 199 mil habitantes. Chegamos à seguinte conclusão: Se a cidade crescer 30% ao ano, descartando qualquer possibilidade de uma catástrofe, ainda assim, no final do quadriênio teremos uma população inferior a 580 mil habitantes. Não chegaríamos a 600 mil e, muito menos ainda, ultrapassaríamos esta cifra, como Maurino pode ter sugerido.
Mas o vereador-candidato não se atrapalha apenas quando faz as contas. A confusão acontece também na hora de contar nos dedos. Na UFPA, ao falar do tempo em que esteve à frente da prefeitura, ele disse “cinco meses”, enquanto levantava a mão com o polegar dobrado, ou seja, falou cinco mas mostrou quatro dedos. Para os que estavam na platéia ficou a dúvida: foram cinco meses ou foram quatro?
Para quem alimenta a pretensão de exercer um cargo em que terá inevitavelmente que lidar com números, as cincadas de Maurino soam como um contra-senso.
Mais as mancadas não param por aí. Durante o debate, ele disse que fez 18 quilômetros de asfalto, durante o período em que esteve à frente da prefeitura de Marabá. Só que na hora de somar, ele se perdeu mais uma vez.
E o leitor deve estar perguntando: afinal, foram 18 ou foram 50 quilômetros?
Dias antes, numa sessão da Câmara Municipal, o vereador-candidato se embananou de novo. Seis vereadores haviam se inscrito para usar a tribuna e foram falando, um a um. Maurino foi o quarto. Depois dele falou Elton Mamoré. Finalmente, a vereadora Vanda Américo se levantou para usar a tribuna, como a última inscrita, e foi cerceada pelo vereador do PR, que teimava em dizer que os seis já haviam falado. O caso rendeu o maior rebu na CMM e o vereador Miguelito teve que propor a Maurino uma aula sobre matemática.
Diante de tanta trapalhada, cabe fazer alguns questionamentos: Terá Maurino metido os pés pelas mãos quando contou as suas fazendas? O povo diz que são três, mas ele jura que só são duas.
Será que tantos equívocos assim são mesmo resultado de pouca instrução? Mas quando! Eu que não engulo essa. Como se diz por aí: “Maurino de besta não tem nada”. Sabe de tudo, mas dá uma de coitadinho pra ficar bem na foto. É aquele velho ditado: Tá se fazendo de morto pra engalobar o coveiro.

Nenhum comentário:

Arquivo do blog